13 de out. de 2014

Tudo que você não pode deixar para trás

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Saudações meu povo desejoso de conhecer este mundo, se empenhando para concretizar este projeto!

Cá estou eu, pesquisando o ainda inatingível: a volta ao mundo com Mamorrrr.

Pesquisa em vlogs, blogs, basicamente internet, porque desconheço gente de carne e osso que seja do meu circulo de conhecidos  que já tenha feito uma VAM.

Nas pesquisas me deparei com um casal “nômade” – CASALPARTIU – (admirei!) que está pelo mundo há 4 anos sem casa, sem carregar tudo nas costas (exceto a mochila, ou a mala de rodinhas) e vivendo gitanamente, trabalhando tecnologicamente e fisicamente em períodos esparsos no Brasil. A história é interessante e vale assistir o vídeo explicativo deles.


Gostaria de ter condições mais seguras de fazer algo do tipo, mas não me sinto confortável, nem tenho capacitação para viver por meio da tecnologia. Nada é impossível, mas não é meu plano. Por ora.

O legal é que fiquei pensando nessa coisa de posse, de acumuladores, de como não gosto de ter um monte de coisas, mas ao mesmo tempo meu guarda-roupa tá entulhado, com as gavetas vomitando camisetas, cabides suportando pesos que nem meu corpo suporta. (estouro as costuras....).

Fiquei a me questionar sobre mim quando viajo com uma mochila e me sinto tão plena. Será que era porque sabia que ia voltar para o meu tudo, as minhas coisas? Fiquei pensando na minha casa, no valor do condomínio, nas portas fechadas, nos aparelhos eletrônicos.....depois comecei a pensar que realmente não tenho um monte de coisas. A não ser uma pá de roupas. Se minha casa pegasse fogo agora, correria para salvar os cds com fotos de viagem que não pus na nuvem e as fotos físicas que tenho. Os documentos seriam a segunda coisa apenas pelo fato de ser uma chatice fazer tudo de novo.
Eu choraria pelo susto, pelo disco dos Secos e Molhados original que é da minha tia Ione, mas está aqui comigo, lamentaria os discos do Nat King Cole virarem concha com o calor porque eles lembram meu pai no tempo em que eu era criança, no final de semana, ele tomando Campari e minha mãe cantando enquanto estava fazendo algo gostoso na cozinha. Eles estão vivos, viu gente! Lamentaria estas coisas-chave que desencadeiam lembranças maravilhosas. Como se na verdade a gente precisasse disso para rememoriar felicidades...

Coisas coisas coisas!!!! Para que tantas coisas?

Gosto das lembranças dos locais que viajo e gosto das lembranças que as pessoas me dão. São lembranças? Não; são coisas. E colocamos valor inestimável (emocional) nelas quando deveríamos aplicar esta emoção em momentos e pessoas. Não tô dizendo que a gente tem que fazer bazar todo ano na garagem (ou tô?) e praticar o famoso “desapego”. Mas estou dizendo que estas coisas podem prender a gente mais do que queríamos.

Daí pode ter certeza que estou falando não só de coisas, mas de emoções, pessoas, emprego, lugares. O que pode fazer nossa jornada mais leve? Melhor: por que estamos carregando tanta coisa?
Quando fazemos um mochilão -já disse - leva-se o essencial para os planos que se tem. E uma viagem destas ensina muito sobre a vida. Sobre a necessidade de ter tanto, ou de ser e estar. São três verbos diários em nossa vida. Queremos ter coisas para sermos alguém e estarmos bem. O fato é saber o que é que "tendo" nos fará "ser" "alguém” e "estar" realmente bem. E mais: ser alguém para quem?

Da jornada a gente leva eternas lembranças, a grande parte das vezes, boa. A gente leva amizades, momentos, amores, sabores, cheiros, perrengues que nos fazem evoluir, situações que nos mostram como somos capazes de sobreviver em uma sociedade e cultura que são totalmente diferentes da nossa com pessoas iguais a nós. Levamos conhecimento, sabedoria, fé em um mundo que ainda pode ser melhor ao nosso redor. Mas levar coisas....uma pedrinha do Grand Canyon, Kleiton? Pode ser. Mas só isso.
Mochileiro do "le guide du Routard"
guia francês tipo Lonely planet

O resto não vale de nada. Pode deixar para lá.


Agora, o espírito aberto, o amor, a humanidade e humildade, estas são coisas que não podem ficar no caminho. Estas vão preenchendo cada vão da mochila até o dia da chegada do nosso local de destino.

O que você não deixaria para trás?*

Fiquem bem e

Vamos mochilar?


V for Verônica

*Walk On – U2



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