10 de nov. de 2009

Férias conjugais - já dizia até Monteiro Lobato

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Você já leu o PRESIDENTE NEGRO? Meu, é tudo de mais legal! Segundo alguns textos sobre Monteiro Lobato e suas convicções, ele era eugenista(pesquise). Hoje estaria cheio de processos contra ele. Bem, as pessoas acertam algumas coisas na vida, apesar de tantas outras. Todo mal tem seu lado positivo. Todas as pessoas tem pensamentos para melhorar algo que elas acham que fará bem, ou para sí, ou para um grupo, seja ele do tamanho que for. Daí que diria que Monteirinho acertou uma e vacilou na outra. Sendo meu assunto favorito viagem é lógico que não vou comentar as idéias eugenistas do escritor, mas as idéias de férias. E conjugais.

Outro dia mesmo estava eu confabulando com uma colega sobre matrimônio e mudanças que acontecem em nossas vidas na união. Principalmente depois de ter filhos. Ela dizia da preocupação com o bem estar da criança, o cansaço com o trabalho, AS FÉRIAS DESENCONTRADAS COM O MARIDO, da falta de libido(na média dos 30 anos!), da falta de vontade até de sair para ir num barzinho.
Cabeça cansada? Falta de encanto? Descoberta de todos os segredos?O que você diria que é isso?Cansado de conviver? "Por que me casei com este cara? O que é que tô fazendo aqui que a minha vida era tão agitada?
É. O tempo passa, tomamos responsabilidades para nós e a vida segue rumos que pensávamos serem divertidos, ou apenas diferentes do que estamos passando hoje.
Seus problemas podem acabar(ou apenas começar) a partir desta sugestão: JÁ PENSOU EM TER FÉRIAS CONJUGAIS? A sugestão é de Monteirinho. Eu tô só passando adiante porque achei GENIAL.
Calma, gente. Longe de ser campanha pra você se separar do seu amor, isto é uma forma de renovar seu amor, de fazer com que você se lembre do porquê de ter escolhido esta pessoa para viver com você.

Um dia, este ano, acordei, olhei para o teto e me senti diferente. Algo em mim havia mudado. Algo ficou para trás. Longe de ser meu desejo por viagens, porque este está presente a cada piscar de olhos. Estou me adaptando a este reposicionamento de sentimentos em mim. Penso como será se um dia realmente casar e tiver filhos. Algo vai mudar SIM. Última viagem de Monteiro Lobato foi para o Cemitério da Consolação, em SP,
aliás, estação de parada de muita gente conhecida
de nossa história e onde há belíssima arte tumular.
Espero que com o hábito de viajar, talvez menos despojado por causa da idade, mantenha minhas férias conjugais junto a meu amado.
Entenda que remédios podem ter efeitos em alguns e é por isso que mesmo que deixe de funcionar para uns ele poderá funcionar com você.
A sugestão está aí. A saudade, palavra só nossa, ressurgirá como nas vezes em que, quando namorados, haviam acabado de se despedir e sabiam que só no próximo final de semana se reveriam. Aquela agonia de só falar ao telefone... Hoje, onde está esta agonia? O desânimo de saber que em instantes ele estará chegando do trabalho e você tem que estar com a comida preparada, mesmo você também tendo acabado de chegar do trabalho. São resquícios de uma época patriarcalista que está com seus adeptos contados.

Dividir afazeres, buscar por lazer juntos, evitar falar de trabalho em casa, ainda mais quando são coisas difíceis que o outro não poderá solucionar. Lembro-me que nunca soube nada do trabalho do meu pai quando era pequena. Mamãe sabia de algumas coisas, como se ele tinha feito uma boa venda de ferro, se tinha que dispensar um funcionário, algum caso inusitado, divertido, ou algo até triste. Papai dividia, mas evitava propagar algo que teria solução apenas com quem entendia do negócio. Era botar o pé em casa e sua atenção era para a família. Já chegava tarde e ainda ia ficar com a cabeça no trabalho? Tem que exercitar isso. É difícil. A maior parte de nossa vida estamos no trabalho. Imagino que levar chateação pra casa e pra quem certas vezes nem entende do negócio é BROCHANTE.
O lar é o lugar do amor, do carinho, dos olhares, da compreensão e, muitas vezes do silêncio a uma opinião torta. E quando nada disso funciona e ainda sabe-se que tem um bocado de carinho na parceria, que tal apelar para a saudade?
Muita coisa pode acontecer em férias conjugais. A transformação do relacionamento, ou seu fim já prenunciado. Você arriscaria uma experiência destas por amor? Até por uma vida feliz de ambos, mesmo que separados?
É um assunto delicado e, como sempre digo, tem que ser resolvido logo porque a vida é curta. E como problema se resolve em casa, é viajar e voltar pra ver o resultado.
Puxa, ainda estou esperando pra ver alguém que me conte que fez algo deste tipo.

Fiz o CAMINHO DO SOL há uns 8 anos e lembro que uma das pessoas que estava na caminhada havia ido pra pensar em seu relacionamento.

Em 11 dias disse que havia pensado sim na situação, sentiu falta de seu par e quando voltou ficaram juntos. Estão juntos até hoje e tem um filho(mais um agora em 2014). Neste caso a distância funcionou. Foi uma viagem de meditação que deu certo.

QUEM MAIS ARRISCA?
Olha, o mochilão já faz muito por você sem ter uma situação dessas. Uma pessoa com problemas e sensibilidade a flor da pele, sendo bem orientada, tirará excelente proveito de uma jornada onde acontece o auto-conhecimento. É inevitável.
Por isso pergunto se você arriscaria a verdade sobre sua vida, sobre seus sentimentos. Descobrir que a saudade é ausente, que você é auto-suficiente...isto acabaria com você ou te faria mais forte? E perceber que, inconscientemente, a cada lugar novo que conhecesse seu pensamento estivesse direcionado para alguém que estava loooonge, provavelmente pensando em você, cheia de arrependimentos, mas torcendo pra você ter seu melhor momento para vocês serem cada vez mais felizes. Quem arrisca algo assim tem que resistir até o final. Ninguém morre de amor. O romantismo foi há quase 100 anos. Ninguém aqui é tuberculoso e escreve poesia de gotas de pinho. Nosso mundo é realista. A poesia está no companheirismo, nos carinhos, na atenção e nada mais forte pra mostrar isso do que a temporária ausência do ser supostamente amado, querido.
Quem arrisca uma viagem para isso? Quem quer ser mais feliz? Quem já tentou tudo e isto é mais uma idéia? Quem já percebeu que o jeito é separar e nada melhor do que viajar pra abstrair e sentir a vida de novo? É que separação é um vazio. Uma sensação de derrota, de que somos pouco para alguém.
TUDO BOBAGEM.(conheci alguém que passou por isso)
É apenas hora de cuidar de suas feridas da alma.
E tem um remedinho que vendem na PRAÇA VERMELHA, lá em Moscou, que é ótimo! Mas tem que ir lá..... Este casal aí em cima de mim viaja junto, faz tudo junto há 43 anos. Coisa rara que eu quero ter para sempre também.

UNIVERSO:
Permita esta felicidade pra nós todos!!!

Vão tudo viajar porque uma coisa eu sei:

VIAJE!
VIAJE QUE TE AJUDA!


V for Verônica

* Quadro "SEPARAÇÃO" - Obra de Edward Munch, o mesmo de "O Grito"

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